The Guardian: Especuladores podem perder bilhões com créditos de carbono “inúteis”
- Art Dam
- 26 de ago. de 2023
- 2 min de leitura
Sobre um artigo da última quinta-feira no britânico The Guardian.
No início do ano, outro artigo desencadeou esforços de melhoria da qualidade dos créditos de carbono, um código foi desenvolvido pela VCMI de Londres e a palavra integridade ganhou relevância, especialmente em mercados não regulamentados, como os voluntários de carbono florestal (VCM).
Confiança, credibilidade e transparência são elementos-chave em qualquer relação comercial, entre demanda (compradores) e oferta (proprietários, desenvolvedores). Especialmente tendo em vista a longuíssima duração destes projetos de VCM. Caso contrário, preocupações e problemas serão frequentes.
Além de árvores e do desmatamento evitado, existem outras metodologias de créditos de carbono, como para “cookstoves”, renováveis e soluções de engenharia como CDR, BECCS e CCS (inclusive com tax credit nos EUA).
Verra já reagiu a um estudo mencionado no artigo.
Gold Standard também se posicionou sobre o risco de créditos de carbono se tornarem “ociosos”: “os dados não sugerem que isso esteja acontecendo com os créditos da Gold Standard”.
Clique aqui para o artigo, que não menciona a palavra “integridade” nem os esforços da VCMI.
Deve-se reconhecer que através de evoluções tecnológicas, metodológicas e da indústria, o VCM está assumindo as suas responsabilidades.
E a palavra “inúteis” no título, associada à especulação, não reflete o real valor da “tecnologia das árvores” que, desde antes do primeiro ser humano, converte CO2 em O2 respirável, armazena C em troncos, transpira H2O para o atmosfera e dá sombra. Até Ralph Waldo Emerson notou sua relevância, em Essential Writings 1833/1847: “A Inglaterra tem todos os materiais de um país trabalhador, exceto a madeira”.
Agradecemos a nosso leitor Carlos G. Caleiro Guimarães pela foto abaixo, com nota escrita por alemães, país da Floresta Negra, que foi quase totalmente cortada no século 19 mas replantada desde então:
“Existe uma máquina mágica que suga o CO2 do ar, custa muito pouco e se constrói sozinha. O nome é árvore.”
Independentemente de metodologias, créditos de carbono ou “tree-tokens”, pense em todas cortadas ao longo de gerações, queimadas em incêndios, ainda de pé ou a serem plantadas.
