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Se você quiser ver o que as mudanças climáticas podem fazer ao planeta, basta olhar para o passado da Terra. Veja o que destaca um influente geólogo.

Hoje é segunda-feira, 2 de setembro de 2024.


O título da matéria de hoje é frase de Howard Lee, geólogo e premiado escritor científico.


Com ela começamos uma semana de artigos científicos, sendo hoje a primeira parte de um que trata das alterações climáticas em escala geológica.


Escala geológica significa uma escala de tempo que é bem maior do que os 100 anos que eventualmente vivem alguns de nós, seres humanos.


A Terra existe há cerca de 4,5 bilhões de anos e já enfrentou outros ciclos de calor e frio. “Apenas” nos últimos 500 milhões de anos já houve algumas eras extremamente quentes, sem gelo e com níveis elevados dos oceanos, e outras eras muito frias.


É o que indica projeto do Smithsonian Institution, conforme citando em ótima matéria no portal Climate.gov Science & Information for a Smart Nation da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) dos Estados Unidos e fonte da imagem abaixo. Clicando nela você acessa o artigo "What's the hottest Earth's ever been?".


A ciência que estuda as variações climáticas ao longo da história da Terra chama-se paleoclimatologia.


As técnicas mais utilizadas focam nos vestígios naturais ao nosso redor, como as rochas e sedimentos, fósseis e árvores petrificadas, geleiras, as bolhas de ar nelas contidas e corais. De forma mais sofisticada, há também a chamada datação radiométrica, que analisa a evolução da (de)composição molecular dos elementos. Ou seja, conhecimento de química é essencial.


Segundo Howard Lee, vulcões, rochas metamórficas e a oxidação do carbono em sedimentos erodidos emitem CO2 para a atmosfera, enquanto as reações químicas com minerais de silicato removem o CO2 e o capturam na forma de rocha, sobretudo o calcário, que é a principal matéria-prima do cimento. O equilíbrio entre esses processos funciona como um termostato.


Esse “termostato de intemperismo” leva centenas de milhares de anos para reagir às mudanças no CO2 atmosférico. Os oceanos da Terra podem agir “um pouco mais rápido” para absorver e remover o excesso de carbono, mas mesmo isso leva milênios e pode ser sobrecarregado, levando à acidificação dos oceanos.


Atualmente, a queima de combustíveis fósseis emite cerca de 100 vezes mais CO2 do que os vulcões - velocidade muito rápida, geologicamente falando, para que os oceanos e as intempéries possam neutralizá-lo como sempre ocorreu até a Revolução Industrial. É por isso que nosso clima está aquecendo e nossos oceanos estão se acidificando.


Complexo?


Pois esta seria apenas 1 das 10 situações que Howard Lee indica como relacionadas com as alterações climáticas no passado geológico da Terra.


Clique aqui para o website do próprio Howard Lee, um portal cheio de outras referências ótimas para quem se interessa pelo tema.


Concluímos com citação indicada em nosso portal, de um cientista contemporâneo da Revolução Industrial e pai da química moderna, Antoine Lavoisier, :


Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Não devemos confiar em nada além dos fatos: estes nos são apresentados pela Natureza e não podem enganar”.


Não deixe de ler amanhã a segunda e última parte desse artigo, com as demais situações.



Preliminary results from a Smithsonian Institution project led by Scott Wing and Brian Huber, showing Earth's average surface temperature over the past 500 million years. Image adapted from Smithsonian National Museum of Nat History
Preliminary results from a Smithsonian Institution project led by Scott Wing and Brian Huber, showing Earth's average surface temperature over the past 500 million years. Image adapted from Smithsonian National Museum of Nat History

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“Nothing in life is to be feared, it is only to be understood. Now is the time to understand more, so that we may fear less.”

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Madame Marie Curie (1867 - 1934) Chemist & physicist. French, born Polish.

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