A Rothschild & Co, um dos maiores grupos de consultoria financeira do mundo, firmou um contrato plurianual com a startup francesa NetZero para comprar créditos de carbono do biochar - biocarvão ou carvão biológico - que sequestra carbono ao ser misturado com solo superficial, o que também reduz o necessidade de fertilizantes na agricultura. “O biochar utilizado como fertilizante pode aumentar em até 30% a produtividade na lavoura, o que significa um ganho financeiro muito grande” (comunicado Coocafé, Brasil)
Biochar, que conforme relatório do IPCC Intergovernamental Panel on Climate Change de 4 de abril de 2022 “Climate Change 2022: Mitigation of Climate Change” foi reconhecido como um solução viável de remoção de CO2 com potencial global, é "matéria orgânica que é carbonizada por aquecimento em um ambiente de oxigênio limitado e usada como corretivo do solo". Uma ampla gama de matéria orgânica pode ser usada para produzir biochar, como resíduos agrícolas que, de outra forma, seriam deixados para apodrecer ou queimados. Por exemplo: cascas e cascas de café ou cacau; cascas e fibras de coco; cascas de amendoim ou caju; cachos vazios de palma; etc.
O carbono contido nesses resíduos é extraído por meio de um processo de pirólise. O produto sólido resultante, chamado biochar, é uma forma muito estável de carbono com aparência de fragmentos de carvão, que é misturado com o solo para garantir o armazenamento de carbono a longo prazo, obtendo assim a remoção de carbono da atmosfera a longo prazo.
De acordo com o comunicado a imprensa, a NetZero visa implantar a produção de biochar em larga escala em áreas tropicais. Clique na imagem abaixo para o comunicado a imprensa conjunto de 20 de janeiro de 2023. E aqui para ler mais sobre os locais de produção da NetZero em Nkongsamba, Camarões e Lajinha, Brasil.
NetZero foi reconhecido como um dos projetos de remoção de carbono mais promissores do mundo na renomada competição XPRIZE dentre outros.
Segundo alguns pequisadores, a produção de biocarvão por pirólise de biomassa, imita a metodologia da "Terra Preta de Índios da Amazônia".