Hoje é quarta-feira, 1 de novembro de 2023.
Faltando apenas algumas semanas para a COP-28 e o primeiro Global Stocktake, notícias sobre o colapso da parceria por detrás de um megaprojeto no Zimbabwe, quase do tamanho da Jamaica, apoiado pelo maior vendedor mundial de compensações de carbono.
Depois de mais de 13 anos, a suíça South Pole anunciou na última sexta-feira a rescisão de seu contrato com a Carbon Green Investments, proprietária e desenvolvedora do projeto Kariba REDD+.
“A rescisão seguiu considerações cuidadosas do projeto, das questões envolvidas e das alegações que foram levantadas publicamente”.
Uma surpresa? Um alerta para o mercado de carbono?
Pois bem, no último dia 19 de outubro, o portal de jornalismo investigativo Follow the Money noticiou a demissão de cerca de 200 funcionários da South Pole. E em 27 de janeiro, o mesmo portal já tinha publicado o artigo "Showcase project by the world’s biggest carbon trader actually resulted in more carbon emissions". Aliás, o artigo começa com uma imagem sugerindo “varrer os emissores para debaixo do tapete”.
Mas vamos dar uma visão mais ampla do cenário atual dos mercados de carbono.
(1) Barra da integridade cada vez mais alta e Monitoramento, Relatórios e Garantia (MRA) mencionados cada vez mais.
(2) Supervisão crescente, com cada vez mais países regulamentados.
(3) Mais transparência, através de negociação em número crescente em bolsas de valores.
(4) Iniciativas de proteção aos consumidores, para lidar com alegações falsas e greenwashing.
(5) Elevação do padrão também em termos da natureza jurídica dos créditos de carbono.
(6) Uso crescente de tecnologia, desde satélites à tokenização / blockchain.
E provavelmente mais, como a evolução do Artigo 6.
Especificamente sobre o Zimbabwe, também houve um “susto” no início deste ano.
Clique aqui para ler o press release da South Pole (inglês) e aqui para um breve vídeo sobre Kariba, de maio de 2013.
A Verra também emitiu um comunicado, indicando o seu “buffer pool mechanism” como mitigação ao risco de cancelamento dos créditos concedidos desde o início do Kariba. E as reivindicações corporativas baseadas nestas, eventualmente anuladas. Os créditos de carbono Kariba REDD+ acabaram em gigantes corporativos, principalmente da Europa. Verra também poderá exigir compensação do proponente do projeto.
Enquanto as pessoas lá no Zimbabwe esperam que os investimentos sejam retomados, sejamos justos: há muitos pequenos desenvolvedores de projetos que estão fazendo um excelente trabalho.