A percepção do CFO sobre a importância dos temas ESG nas organizações e o status do desenvolvimento dessa agenda foi avaliado pela PwC Brasil e pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (IBEF-SP). Segundo os mesmos, os últimos três anos foram marcados por avanços significativos dos temas ESG que ainda não haviam sido observados desde o surgimento da sigla em 2004, com a publicação do relatório Who Cares Wins, elaborado pelo Pacto Global em parceria com o Banco Mundial (clique aqui para baixar).
Quando perguntados sobre se emitem reporte ESG, 35% responderam que “não”; 33% afirmaram que “sim”; 18% disseram “sim, na matriz no exterior” e 15% ainda “pretendem fazê-lo”.
Sobre o E (Environmental, ambiental). 78% dos participantes consideram os riscos climáticos relevantes ou muito relevantes, e o estudo indica de quals setores vem essa avaliação. A ausência de dados indicada como a principal dificuldade. 71% das empresas indicaram ainda não ter mecanismos para precificação interna do carbono.
Sobre o S (Social). 99% dos executivos de finanças entendem a importância do pilar social e reconhecem que têm um papel a exercer como protagonistas nas diversas atividades da organização. 63% acreditam que o papel das organizações no combate à desigualdade social seria muito relevante. Por outro lado, (apenas) 47% indicaram ter mecanismos para avaliar o impacto dos investimentos nas comunidades e no entorno de suas áreas de atuação.
Sobre o G, o pilar de governança que trata de temas como compliance, ética, ações anticorrupção, transparência financeira e responsabilidade corporativa, apenas 31% indicaram que o papel da governança no quesito ESG está claramente definido em respectivas empresas (!). Ausência de um programa formal, dificuldade em “tangibilizar” o ESG e falta de prioridade respondem por quase 70% das barreiras ao ESG (!). Incentivos fiscais também foram indicados como um importante no impulso da agenda ESG (nosso post sobre o pacote ambiental dos Estados Unidos mostrou como ele veio “recheado” de incentivos).
Sobre os frameworks adotados: 19% GRI, 15% Relato Integrado, 8% SASB, 6% TCFD e 5% GHG Protocol. Os restantes 47% (!) indicaram ou não saber ou nenhum específico ou não emitir.
A pesquisa foi realizada entre maio e junho de 2022 a partir de respostas fornecidas por CFOs de 80 organizações brasileiras. Clique aqui para uma matéria do Valor Econômico.