Cimento e concreto são os pilares da indústria da construção. Sua demanda global quase triplicou nos últimos 20 anos. No entanto, apesar da onipresença do cimento, sua pujança economica leva a ser um dos principais contribuintes para as emissões globais de dióxido de carbono.
Tecnologias circulares, como combustíveis alternativos, cura de carbono, recarbonatação e captura e armazenamento de carbono (CCS) serão muito mais do que soluções de nicho para descarbonizar a indústria da construção. Na verdade, a pesquisa mostra ser possível descarbonizar cerca de 80% das emissões totais de cimento e concreto até 2050.
Ao mesmo tempo, como o custo do aterro dos resíduos de construção e demolição (CDW) afeta todo o ecossistema da construção, a recirculação de materiais e minerais e do dióxido de carbono torna-se ponto de atenção chave da indústria de cimento e concreto.
Por exemplo, o CDW pode ser processado por meio do Smartcrushing, que extrai “finos” de cimento não hidratado e ajuda a reduzir a quantidade de cimento virgem necessária para o concreto. Por outro lado, algumas regiões estão limitando o uso de finos de concreto reciclado no cimento, como a EN197-6 européia, cuja versão preliminar estabelece o limite em 20%. Já o CDW também pode ser usado como agregado para a produção de concreto, evitando assim mais aterros.
Outras oportunidades mencionadas são os módulos construtivos pré-moldados e o dióxido de carbono captado e concentrado, que pode ser transportado – por dutos ou caminhões – para locais onde possa ser utilizado como insumo. Por exemplo, o dióxido de carbono pode ser usado como matéria-prima para processos na indústria de plásticos e produtos químicos ou na produção de hidrogênio.
O desafio é criar modelos de negócios viáveis tanto para a indústria de cimento quanto para os compradores, o que destaca a necessidade de maior colaboração entre as indústrias.
Clique no gráfico abaixo para ver esta interessante pesquisa da McKinsey de 6 de março de 2023.
Amanhã, também da McKinsey, postaremos a apresentação feita nesta quarta-feira, 29 de março, intitulada "Nature in Balance - What companies can do to restore natural capital".