Segunda-feira, 11 de novembro de 2024.
Citamos o Plano Marshall há alguns meses, em artigo sobre as reuniões de primavera (hemisfério norte) do FMI-Banco Mundial de 2024.
Já o apelido “COP das Finanças” atribuído à COP 29 no Azerbaijão que começa hoje, 11 de novembro, apareceu em uma matéria mais recente, que tratou da falta de ambição das NDCs, Nationally Determined Contributions, os planos de ação individuais dos países para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adaptação às mudanças climáticas.
O Plano Marshall, cujo nome oficial é European Recovery Program, foi um programa de ajuda econômica aos países da Europa Ocidental visando sua reconstrução após a 2ª Guerra Mundial. Liderado pelos Estados Unidos, na figura de seu Secretário de Estado George C. Marshall - daí o nome popular - estendeu-se de 1947 a 1951.
Em termos de valor nominal, segundo o portal do German Marshall Fund, o Plano Marshall dedicou uma quantidade sem precedentes de ajuda externa, equivalente a mais de US$ 130 bilhões se atualizado a dólares de hoje.
No entanto, numa perspectiva da riqueza econômica das nações, o mesmo portal indica que o valor foi equivalente a “5,2% do PIB dos Estados Unidos”.
Isso representaria US$ 1,4 trilhões, ao invés dos US$ 130 bilhões, considerando que o PIB dos Estados Unidos foi de cerca de US$ 27,36 trilhões em 2023.
Por outro lado, quase US$ 6 trilhões foram indicados no Needs Determination Report de 2021, atualizado a cada 4 anos e preparado pelo Standing Committee on Finance da UNFCCC, como sendo necessários para implementar os planos de ação climática dos países em desenvolvimento até 2030. Isso sem contar os custos de adaptação.
No mundo atual, com seus 8 bilhões de habitantes, onde haveria recursos desta ordem de grandeza, livres e à disposição, não apenas das necessidades individuais dos países mas também para ajudar aqueles ainda não desenvolvidos, com todos cada vez mais sofrendo com inundações, incêndios florestais, furacões, etc. E sem esquecer no calor que resseca e trinca a terra. Como os terremotos.
Pois bem, durante a última COP-28 em Dubai, o Plano Marshall foi dado como referência para a “falta de ambição do Fundo Loss & Damage”, que não chegou nem a US$ 1 bilhão. Relembre os detalhes da “Press Conference: UNCTAD Climate and Development 2023”.
Seria tudo isso parte do motivo - junto com questões geopolíticas? - para vários líderes preferirem focar em seus “deveres institucionais” e deixar de comparecer a esta “Conference of the Parties” de 2024?
Acompanharemos e veremos.
Clique na imagem abaixo para ler o Second Report on the Determination of the Needs of Developing Country Parties de 2024.