A conjuntura da transição energética industrial anda cada vez mais agitada mundo afora.
Por um lado, todo debate sobre novas exigências regulatórias, inventários de emissões e impactos climáticos traduzidos nos números dos relatórios financeiros .
Por outro, subsídios, altos subsídios:
Índia: o Production Linked Incentive Scheme de INR 4500 crore (cerca de US$ 550 milhões) para aumentar a competitividade em energia solar fotovoltaica e baterias
Japão: planos de transformação verde e arrecadação de até JPY 20 trilhões (cerca de 140 bilhões de euros) por meio de ‘green transition' bonds
China: pipeline de investimentos para tecnologias limpas excede US$ 280 bilhões
Estados Unidos: Inflation Reduction Act com cerca de US$ 369 bilhões para subsidiar a produção verde
E no último dia 1 de fevereiro, foi a União Europeia (UE) que lançou seu "Green Deal Industrial Plan for the Net-Zero Age" visando simplificar, acelerar e alinhar incentivos para preservar a competitividade e a atratividade da UE como um local atrativo para investimentos na nova indústria net-zero. Ou seja, apoiar a transição do seu setor industrial ( e mantê-lo em solo europeu ).
Foram reforçadas linhas de financiamento já existentes:
Recovery and Resilience Facility (EUR 270 bilhões para descarbonização industrial)
Horizon Europe (EUR 40 bilhões para pesquisa e inovação)
Cohesion / Just Transition Fund (EUR 100 bilhões para transição verde)
Brexit Adjustment Reserve (EUR 5,4 bilhões para indústrias de alto consumo energético)
Por abranger 27 "member states", o Green Deal vai além do pilar financeiro:
ambiente regulatório transparente e simplificado
financiamentos rápidos e suficientes ("further relaxation of the State aid rules")
capacitação ("skills") e
comércio livre e resiliência das cadeias de suprimentos
E outras 3 ações interessantes:
o "Critical Raw Materials Act" visando garantir acesso suficiente a matérias-primas críticas, como terras raras
a criação de "sandboxes" para acelerar a experimentação de inovações disruptivas e novas tecnologias
uma reformulação do mercado elétrico, de forma que os consumidores também se beneficiem dos custos mais baixos das fontes renováveis.
Enfim, um realinhamento das forças econômicas com novas fontes de energia e processos industriais mais sustentáveis. Certamente uma nova revolução industrial, com novas lideranças, novos eixos comerciais, novas patentes e (re)usos dos recursos naturais.
Clique na imagem abaixo (by Climate Adaptation Platform) para o comunicado e aqui para perguntas e respostas .