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IEA: Crescente uso de fontes renováveis ​​nas principais economias aproxima o mundo do objetivo de triplicá-las. Devemos esperar maiores ambições nas NDCs dos países em 2025?

Sexta-feira, 25 de outubro de 2024.


Na COP28 de dezembro de 2023 em Dubai, os governos concordaram em cooperar para triplicar a capacidade instalada de fontes renováveis até 2030.


Em seu mais recente relatório “Renewables ​​2024”, a International Energy Agency (IEA) indica que a capacidade de fontes renováveis global deverá crescer 2,7 vezes até 2030, superando as atuais ambições dos países em quase 25%.


Em outras palavras, quase 70 países que representam coletivamente 80% da capacidade global de energia renovável estão preparados para alcançar ou superar suas atuais ambições para 2030. A China domina claramente, mas outras grandes economias, como Brasil, Índia e Estados Unidos, também contribuem.


A meta de 3x não seria atingida mas representaria uma mudança significativa e relativamente rápida no panorama energético global.


De acordo com a IEA, a previsão para 2030 tem dois drivers principais:

- China consolidando-se na posição de líder global em energias renováveis, sendo responsável por 60% da expansão da capacidade global até 2030, seguida pela União Europeia, Estados Unidos e Índia; e

- Capacidade solar crescendo acelerada, responsável por 80% do crescimento da energia renovável a nível mundial até 2030, em paralelo à recuperação do setor eólico.


A IEA destaca, no entanto, um ponto de atenção global significativo: infra-estruturas de rede e integração de sistemas de energias renováveis.


No que diz respeito à energia solar e eólica, apesar do investimento crescente em baterias para armazenamento em muitos mercados, como reportamos recentemente, serão necessárias medidas adicionais, tais como armazenamento de longo prazo e formas de resposta aos picos de demanda. Como referência, até 2030, solar e eólica deverão atingir perto de 70% em países como Chile, Alemanha, Países Baixos e Portugal.


Quanto aos combustíveis renováveis, a procura deverá expandir-se em todas as regiões, mas permanecendo concentrada no Brasil, na China, na Europa, na Índia e nos Estados Unidos.


Já o hidrogênio continua a ser uma fonte menor para novas capacidades renováveis, principalmente devido à demanda insuficiente. A IEA prevê que o hidrogênio represente apenas 4% da produção total de energia renovável em 2030, sendo que as políticas mais importantes de estímulo estão atualmente na Europa, nos Estados Unidos e na China.


Clique na imagem abaixo para ler o relatório de 177 páginas. O relatório apresenta um capítulo especial sobre combustíveis renováveis, incluindo bioenergia, biogases, hidrogênio e e-combustíveis. Não perca.


Como você verá, ao longo do relatório há discussões sobre tendências de preços para essas diversas fontes de energia. De acordo com a IEA, apesar da abundância projetada dos combustíveis fósseis, a procura por carvão, petróleo e gás - e as emissões associadas - provavelmente atingirão seu pico antes de 2030. Inclusive este pico de emissões foi recentemente sugerido pelos noruegueses da DNV como ocorrendo neste ano de 2024. Será?


De qualquer forma, tudo isto poderá levar a um cenário energético bem diferente daquele que temos visto nos últimos anos, com menos pressão sobre os preços e mais condições para os países e os políticos se concentrarem na boa transição energética.


Em suma, como se fosse um “terremoto” rumo às energias renováveis ​​e com implicações geopolíticas significativas.


Por último, considerando que no início de 2025 haverá a próxima rodada de submissões das Nationally Determined Contributions (NDCs) pelos países, podem-se esperar surpresas positivas em termos de ambições reforçadas em relação às fontes renováveis.



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“Nothing in life is to be feared, it is only to be understood. Now is the time to understand more, so that we may fear less.”

“I am among those who think that science has great beauty”

Madame Marie Curie (1867 - 1934) Chemist & physicist. French, born Polish.

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