Carros elétricos movidos a etanol e células de hidrogênio. Mas como funciona isso tudo?
Analisaremos uma patente da Unicamp , que seguiu o "fast track" Patentes Verdes do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) . Sua aplicação pode ir desde a indústria farmacêutica até a automotiva.
“... estamos falando da possibilidade da produção de hidrogênio embarcada nos carros a partir do etanol. Esse hidrogênio pode alimentar as células combustíveis, possibilitando a eletrificação e reduzindo a emissão de CO2 para a atmosfera de uma forma mais fácil e barata usando tecnologia desenvolvida no país” explica o Prof. Rubens Maciel Filho. "Embarcada" significa que o hidrogênio é produzido dentro do veículo.
Alguns dos veículos movidos a hidrogênio - e.g. Mirai, Hyvia - já carregam o gás altamente pressurizado em tanques, algo que requer cuidados e a montagem de uma infraestrutura talvez inviável em países como Brasil ou Índia.
Além disso, como a reação depende da presença de água, simplificaria e baratearia a produção do etanol. E o veículo andaria com praticamente metade da concentração de etanol que se tem hoje nos postos. Ou seja, aqui, misturar água ajuda.
Leia também sobre a parceria da Toyota do Brasil com Shell Brasil, Raízen, Hytron, USP e Senai para testes de hidrogênio renovável a partir de etanol. Um Toyota Mirai para testes foi entregue ao Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI) da USP, que desenvolve a pesquisa. Além do Mirai, o hidrogênio renovável vai abastecer três ônibus que circularão na Cidade Universitária. A tecnologia é da Hytron, de São Paulo, recentemente adquirida por um grupo alemão.
A Nissan também está bem avançada nas pesquisas. Clique na imagem abaixo para esquemas que explicam como funciona o sistema completo. Segundo a Nissan, a conversão de bioetanol em energia elétrica emite algum CO2. Mas por se tratar de bioetanol, o ciclo completo seria "carbon neutral", considerando o CO2 absorvido na fase do crescimento da cana de açúcar ou milho.
A empresa destaca o potencial de mercados como o Brasil e a Tailandia, onde a rede de postos a etanol já é significativa.