Qual a capacidade de recuperação das florestas? É uma pergunta que surge, em especial após o mundo se assustar com os enormes incêndios florestais no Canadá e na Europa.
Um consórcio internacional de cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN) e das Universidades Britânicas de Bristol, Cardiff e Exeter vem publicando a respeito.
Publicação de 2023 mostrou que as regiões em recuperação nas três maiores florestas tropicais do mundo – a Amazônica, a do Congo e a de Bornéu – estão removendo pelo menos 107 milhões de ton. de carbono da atmosfera por ano. Ou seja, suficiente para compensar 26% das emissões brutas de carbono provocadas pelo desmatamento global e pela degradação gerada por ação humana, como fogo e corte seletivo de madeira.
Estudo desse tipo com uso em larga escala de dados de satélite é pioneiro, e também por monitorar não apenas o crescimento das florestas como entender a distribuição etária da vegetação, para assim construir curvas de crescimento em função de variações de clima, condições ambientais e distúrbios provocados pelo homem. Isso permite quantificar a capacidade de absorção de carbono das florestas secundárias, como resumido na imagem abaixo.
Florestas secundárias crescem em áreas onde a vegetação nativa já foi toda removida. Um exemplo é a Floresta Negra na Alemanha.
Em março de 2021, os cientistas já haviam publicado na Nature um estudo mostrando que a manutenção da área de floresta secundária na Amazônia tem o potencial de acumular 19 milhões de toneladas de carbono por ano até 2030, contribuindo com 5,5% para a meta de redução de emissões líquidas do Brasil até lá. Sem incêndios e ou desmatamento repetido, esse estoque de carbono poderia ser 8% maior.
Clique na imagem abaixo para acessar uma matéria completa pela Fapesp, incluindo links para as duas publicações da Nature:
Há também um artigo de 2021 no site do INPE.