Hoje é sexta-feira, 12 de janeiro de 2024.
Um importante estudo publicado pela revista Nature na última quarta-feira diz respeito à segurança hídrica. Coincidentemente, no mesmo dia em que o Word Economic Forum divulgou seu "Global Risks Report 2024" indicando, dentre outros, que os riscos ambientais podem atingir um ponto sem retorno.
A conclusão do estudo da Nature é que o aquecimento causado pelo homem levaram à diminuições nas camadas de neve do Hemisfério Norte durante o período 1981–2020.
Portanto, apesar de notícias ocasionais de neve em algumas regiões acostumadas com "invernos brancos", elas tem recebido mais chuva do que neve.
O estudo, conduzido pelo Dartmouth College, mostra que áreas da América do Norte e da Europa registaram declínios mais acentuados, entre 10% e 20% por década. Isso é muito.
Menos neve significa menos abastecimento de água, já que a redução do armazenamento de água na neve representa riscos hidrológicos para as pessoas e os ecossistemas.
É por isso que algumas centrais nucleares tiveram que ser desligadas.
É por isso que há cada vez mais datacenters indo para o fundo do mar.
Enquanto no hemisfério Norte a neve tem importanciano armazenamento de água, mantida nas zonas mais altas e seguindo o tradicional ciclo de 4 estações - inverno primavera verão outono - no hemisfério Sul e zonas tropicais, a água potável é regularmente disponibilizada através das chuvas. E o ciclo dos rios aéreos, no qual as florestas são extremamente relevantes. Relembre aqui nosso post "Rios Aéreos: mais importantes que os créditos de carbono ?". Sem contar toda a energia gasta principalmente em áreas mais secas e desérticas com esforços de dessalinização da água do mar.
Como temos repetido, a população global era de 2 bilhões de pessoas por volta de 1940 e agora é 4 vezes mais. Com a mesma quantidade de terra e água. Mas com muito mais emissões e calor produzido. Apenas imagine. Se em 1940 existissem 500 milhões de fogões no mundo, hoje teríamos 4 vezes mais, num mix de fogões, fornos de micro-ondas etc. E como não havia ar condicionado em 1940, agora há muito. Trocando calor “de dentro” e jogando "para fora da janela”, para a atmosfera.
Clique na imagem abaixo (Foto: Global risks ranked by severity, extracted from Figure E. World Economic Forum Global Risks Report 2024) para ler o estudo na Nature.
Sobre a World Economic Forum Annual Meeting que começa na próxima segunda-feira, 15 de janeiro de 2024, neste ano fará frio em Davos, na Suíça. Mas com uma agenda quente.
Tema será "Rebuilding Trust" e aqui estão alguns painéis:
Energia em meio à rivalidade
Transformando a demanda de energia
Quando o clima afeta sua saúde
Conversa com William Samoei Ruto, Presidente do Kenya (Como antecipamos durante a COP-28, anote este nome. Nova liderança crescente)
Abordando o Cisma Norte-Sul
Clima e Natureza: Capital Necessário
Clima e Natureza: É necessária uma resposta sistêmica
Triplicar as energias renováveis de forma rápida e responsável (Principal decisão da COP-28)
Transição Energética: Não Deixando Ninguém Para Trás
Descarbonização dos mercados emergentes
As questões climáticas parecem centrais na agenda da #WEF24. Aliás, parece até a COP. Vamos ver os resultados.