Brasil, paraíso dos créditos de carbono ? Mas e a Indonésia e a Papua Nova Guiné ?
- Art Dam
- 9 de ago. de 2022
- 2 min de leitura
O Brasil tornou-se referência em questões climáticas. Dentre os motivos está o grande potencial de geração de créditos de carbono em escala a relativo baixo custo, por meio de soluções naturais. E como o tema definitivamente entrou na agenda das empresas, dos Conselhos de Administração e dos executivos, o mercado brasileiro de Fusões e Aquisições (M&A em inglês) anda bastante agitado. Segundo a The Shift, recentemente as três principais empresas que trabalham com créditos de carbono foram adquiridas ou investidas: Biofílica foi adquirida pela Ambipar, a WayCarbon teve seu controle adquirido pelo Grupo Santander e a CarbonNext recebeu um investimento da Shell. E outros grupos também entraram no mercado de carbono como a Minerva Foods, que criou a MyCarbon. Além disso, grandes players internacionais como a SouthPole (investida recentemente pela Salesforce) e a Ecosecurities (parceira da Hartree em um programa bilionário de reflorestamento) voltam seus olhos cada vez mais para o Brasil. Clique aqui para o artigo original da The Shift (trata-se de conteúdo exclusivo para assinantes mas você pode cadastrar-se gratuitamente e ter acesso a 5 conteúdos por mês). Mas há um "outro lado desta moeda", valendo como alerta: as recentes restrições na Indonésia e Papua Nova Guiné sobre a comercialização de créditos de carbono originados na preservação de suas florestas tropicais, conhecidos como REDD+. Segundo esse países, apesar desses projetos ajudarem com fundos para proteção das florestas, há um risco relevante: da dupla contagem das reduções, da contabilização simultânea das mitigações pelo país de origem do crédito e pelo país de destino dele. Ou seja, confirmado o problema da dupla contabilização na conta de reduções de emissões, países podem eventualmente ter que reduzir as emissões em seus próprios setores econômicos (em volume suficiente para compensar o que foi vendido !) ao até mesmo ter que comprar créditos de carbono de outros países. Clique na imagem abaixo para ler mais em matéria da S&P Global Commodity Insights (em inglês, cadastro gratuito).