Hoje é terça-feira, 7 de novembro de 2023.
A décima quinta sessão da Conferência das Partes (COP-15) ocorreu em dezembro de 2009 em Copenhagen, Dinamarca.
Foi quando as nações ricas assumiram um compromisso significativo com as nações menos ricas: prometeram canalizar 100 bilhões de dólares por ano até 2020, para as ajudar na adaptação às alterações climáticas e a mitigar novos aumentos de temperatura. Clique aqui para ler você mesmo, página 7, item 8 do “Copenhagen Accord”.
"O financiamento para a adaptação será priorizado para os países em desenvolvimento mais vulneráveis, como os países menos desenvolvidos, os pequenos Estados insulares em desenvolvimento e a África. No contexto de ações de mitigação significativas e da transparência na implementação, os países desenvolvidos comprometem-se com o objetivo de mobilizar conjuntamente o USD 100 bilhões de dólares por ano até 2020 para responder às necessidades dos países em desenvolvimento. Este financiamento provirá de uma ampla variedade de fontes, públicas e privadas, bilaterais e multilaterais, incluindo fontes alternativas de financiamento ... Uma parte significativa desse financiamento deverá fluir através do Copenhagen Green Climate Fund".
Cerca de 14 anos se passaram e ainda não há notícias claras sobre essa meta, esse dinheiro. E os eventos climáticos extremos tornaram-se sensivelmente cada vez mais ... extremos. E catastróficos. Como todo ser vivo na Terra está vivenciando.
A meta de US$ 100 bilhões será alcançada? Não até 2020, como prometido, pois essa data já passou.
Em dezembro de 2020, um grupo de peritos independentes em financiamento climático preparou o relatório “Delivering on the $100 billion climate finance commitment and transforming climate finance”, um relatório que foi publicado no portal das Nações Unidas. Os autores tentaram responder a essa questão e concluíram a sinopse do relatório da seguinte forma:
"Todas as decisões financeiras devem ter em conta o risco climático. Começando com os 100 bilhões de dólares por ano até 2020, todo o sistema de financiamento climático deve ser ampliado, urgentemente. É necessária uma mudança radical. Este não é o momento para recuar. É o momento para uma ambição muito maior." (mantivemos a formatação em negrito, como está no relatório).
Clique na imagem abaixo para ler o relatório de 70 páginas.
Para concluir, como disse a Secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Brasil, Ana Toni, em evento na semana passada, isso está “corroendo a confiança”. E, além disso, espera-se que o “Global Stocktake” aumente esse valor. Precisamos de uma mobilização mais eficaz do setor financeiro, de uma taxonomia verde aplicada e de apoio aos países mais vulneráveis.
Será que a COP-28 no Dubai conseguirá evoluir nesse tema?