Hoje é segunda-feira, 27 de novembro de 2023.
Primeira usina solar flutuante da América Latina instalada em uma cava já exaurida de mineração.
Essa foi manchete há poucos dias no conceituado portal de notícias Estadão, matéria propagada em diversos outros meios de comunicação. Trata-se de projeto da F2B – Fotovoltaico Flutuante Brasil implantado na unidade de mineração do Grupo AB Areias, no município de Roseira, São Paulo.
Uma cava exaurida nada mais é do que uma área resultante de uma atividade de mineração, que usualmente acaba virando um lago. Isso é muito comum, por exemplo, nas extrações de areia, processo via úmida, como é o caso desse projeto.
E colocar painéis solares sobre lâminas d'água - lagos e canais - ajuda não apenas na geração de energia renovável, mas também reduzindo a evaporação.
Painéis solares flutuantes não são novidade. Mas o que talvez surpreenda é a relativa falta de atenção quanto ao potencial.
Veja aqui essa matéria (em inglês) de algumas semanas atrás, com uma chamada até provocativa: "Painéis solares sobre canais de água parecem óbvios. Então, por que eles não são generalizados? Um estudo estima que cobrir os canais da Califórnia com painéis solares poderia gerar energia suficiente para abastecer Los Angeles durante a maior parte do ano."
Há também iniciativas como essa na Holanda, que reportamos há uns 2 anos, sobre testes de painéis solares flutuantes flexíveis que se movem com as ondas.
Um consórcio liderado pelo instituto de pesquisa holandês TNO busca criar fazendas solares offshore economicamente viáveis. Segundo o gerente do projeto, ainda é algo "tecnicamente muito desafiador instalar grandes sistemas flutuantes com painéis solares no mar e mantê-los operacionais por décadas". Além de questões econômicas, ondas e ventos fortes, bem como o crescimento de matéria orgânica como algas serão pontos de atenção no projeto. A idéia é preencher as áreas offshore onde já existem usinas eólicas instaladas.
Voltando ao projeto em Roseira, segundo o portal Brasil Mineral, a usina com 1.852 mil painéis solares instalados em cima de flutuadores começou a operar em outubro passado e vai atender a demanda total de energia elétrica da unidade da mineradora, com redução de custos com eletricidade e ampliação dos programas de sustentabilidades da companhia.
O projeto conta com apoio do banco de fomento estadual do Estado de São Paulo, Desenvolve SP, com desembolsos da ordem R$ 5,3 milhões, para uma geração média de energia esperada entre 100 mil kW/h e 120 mil kW/h.
Clique na imagem abaixo para postagem no LinkedIn de Orestes Gonçalves Júnior, diretor a F2B, quando o projeto iniciava-se.
E aqui para publicações mais recentes também no LinkedIn pelo próprio Grupo AB Areias:
- Início das operações; e
