14ª semana CCM 2025. Seguradoras, navegação, mercados de carbono em foco BRICS, África, UE, UNFCCC; tecnologia, VERRA, IFRS, TNFD, CVM, BACEN; eventos scope 3, transição energética, hidrogênio, curso.
- Art Dam
- há 11 minutos
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Segunda-feira, 14 de abril de 2025.
Hoje contamos com conteúdos altamente relevantes que merecem maior destaque em nosso portal Carbon Credit Markets. Entre os temas abordados estão: o impacto das mudanças climáticas nas seguradoras; a precificação de carbono no setor naval; os mercados de créditos de carbono em movimento nos BRICS, África, UE e UNFCCC; investimentos da UE em monitoramento fundiário no Brasil; eventos focados em Scope 3, transição energética e a hidrogênio; o acordo entre IFRS e TNFD; os mapas de risco de desmatamento da Verra para REDD; audiências públicas da CVM e Banco Central do Brasil; além de um curso gratuito sobre Net Zero oferecido pela United Nations University.
🏆 Se você tiver uma matéria interessante sobre créditos de carbono no seu país — nossa audiência tem alcançado mais de 100 nações! — envie uma mensagem para nós diretamente pela nossa página no LinkedIn.
Vamos lá.
MUNDO
Seguradoras sob calor extremo: O que o World Economic Forum revela sobre os impactos das mudanças climáticas.
O WEF publicou recentemente um relatório chamado "Insuring Against Extreme Heat: Navigating Risks in a Warming World" elaborado em colaboração com a seguradora Allianz.
O documento destaca que o calor extremo tem sido o risco climático mais letal, causando 489.000 mortes anuais, mais do que furacões, terremotos e incêndios florestais combinados. Além disso, estima-se que, até 2035, os impactos do calor extremo possam gerar US$ 2,4 trilhões em perdas de produtividade e US$ 445 bilhões em perdas de ativos fixos para empresas de capital aberto.
O relatório propõe estratégias para seguradoras, formuladores de políticas e outros stakeholders, incluindo:
Soluções inovadoras de seguro para mitigar riscos climáticos.
Mecanismos financeiros para apoiar a adaptação ao calor extremo.
Parcerias público-privadas para fortalecer a resiliência climática.
Organização Marítima Internacional aprova seu mecanismo global de precificação de carbono.
Responsável pela regulamentação do transporte marítimo, e com o objetivo de reduzir as emissões do setor, o IMO anunciou no último dia 11 de abril a aprovação de um mecanismo global de precificação de carbono.
A partir de 2028, navios que excederem os limites de emissões terão que pagar taxas de carbono, enquanto embarcações com emissões reduzidas poderão receber incentivos financeiros. Os recursos arrecadados serão direcionados para pesquisa, infraestrutura e apoio à transição energética em países em desenvolvimento.
Após anos de negociações, visando emissões net zero até 2050, a proposta foi aprovada por 63 países, incluindo Brasil, China, Índia e União Europeia, enquanto Arábia Saudita, Rússia e Emirados Árabes Unidos votaram contra.
As novas regras serão formalmente adotadas em outubro de 2025 e entrarão em vigor em 2027. Clique aqui para ler mais a respeito.
Vale lembrar que o setor da aviação tem o CORSIA (Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation), um programa global da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) para reduzir e compensar as emissões de carbono da aviação internacional. Mais de 100 países já aderiram ao CORSIA desde sua introdução em 2016.
MERCADOS DE CARBONO
Mercados de Carbono na Declaração Conjunta da 11a Reunião de Ministros do Meio Ambiente dos BRICS.
Em uma reunião que marcou a recepção de novos membros — Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã — os ministros dos 11 países-membros do BRICS aprovaram, no dia 3 de abril, a declaração final do Grupo de Trabalho sobre Meio Ambiente.
Além da COP30, a conferência climática que será realizada na cidade amazônica de Belém entre 10 e 21 de novembro de 2025, o Brasil já está sediando diversas reuniões como parte de sua presidência do BRICS 2025.
Esse documento dos BRICS, acrônimo para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, será apresentado aos chefes de Estado na Cúpula do BRICS em julho, traz a seguinte referência aos mercados de carbono:
“Acolhemos as disposições do Memorando de Entendimento sobre a Parceria de Mercados de Carbono do BRICS para fortalecer a cooperação na área de mercados de carbono e aguardamos a criação da Plataforma de Pesquisa Climática do BRICS, com o objetivo de aprimorar a troca científica e especializada de opiniões, conhecimentos e melhores práticas do Grupo de Contato sobre Mudança Climática e Desenvolvimento Sustentável (CGCCSD). Também tomamos nota da proposta, atualmente em debate no CGCCSD, para a criação de um Laboratório do BRICS sobre Comércio, Mudança Climática e Desenvolvimento Sustentável, visando promover a colaboração em abordagens mutuamente benéficas para o comércio e a política ambiental. Além disso, observamos a proposta de uma Declaração de Estrutura para Líderes, que busca mobilizar globalmente o acesso a financiamentos oportunos e acessíveis para ações climáticas, em termos justos, como um fator crítico para caminhos de transição justa, bem como aumentar a parcela de financiamento para adaptação.”
Vamos continuar acompanhando esse tema, que já havia sido antecipado por Carbon Credit Markets após a reunião dos BRICS 2024.
Clique abaixo para download da declaração.
África Avança como Protagonista nos Mercados de Carbono.
A África tem um enorme potencial para exportar créditos de carbono de alta qualidade, aproveitando seus recursos naturais, como florestas tropicais, turfas e ecossistemas marinhos, além de sua capacidade de energia renovável.
Segundo o relatório da United Nations Economic Commission for Africa divulgado no último dia 9 de maio, os mercados de carbono podem gerar novas receitas e apoiar os objetivos de resiliência e prosperidade do continente, alinhados à Agenda 2063 e ao Acordo de Paris.
Ou seja, o continente poderia gerar até US$ 82 bilhões por ano em receitas a partir do mercado de créditos de carbono, além do potencial para capturar e armazenar 1,5 gigatoneladas de CO₂ anualmente.
No entanto, desafios como governança adequada e preços competitivos precisam ser superados para evitar incentivos perversos que possam aumentar as emissões em vez de reduzi-las.
Clique abaixo para download do relatório “Investing in a Just and Sustainable Transition in Africa” . O capítulo sobre Carbon Credit Markets começa na página 57.
Mais protagonismo dos créditos de carbono na União Européia?
Durante sua visita ao Brasil, o Comissário para Ação Climática da União Europeia, Wopke Hoekstra, destacou que o sucesso da COP30 dependerá de metas ambiciosas e do fortalecimento do mercado de carbono.
Paralelamente, um artigo da Politico destaca que a Comissão Europeia está considerando a integração de créditos de carbono internacionais como parte de sua estratégia para atingir a próxima meta climática. Isso inclui a possibilidade de que países da UE adquiram créditos de projetos externos, como iniciativas de restauração florestal no Brasil, para compensar parte de suas emissões. A proposta, que prevê a redução de 90% das emissões até 2040, está sendo debatida entre o Comissário, os Estados-membros e parlamentares europeus.
No entanto, alcançar um consenso ainda parece distante, já que diversos grupos se posicionam contra a ideia. Um exemplo dessa resistência pode ser observado aqui.
Além disso, durante sua visita ao Brasil, Hoekstra também abordou temas como a precificação de carbono e as contribuições nacionalmente determinadas (NDCs). Até o momento, pouco mais de 20 NDCs atualizadas foram submetidas globalmente — um número ainda muito baixo. A mais recente foi a da Zâmbia, apresentada no início de março deste ano.
Article 6, anote ai: UNFCCC estabelece prazo para aprovação de solicitações de transição pelo país anfitrião.
A aprovação para a transição de atividades de projetos ou programas do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (CDM) deve ser enviada ao Órgão de Supervisão pelo pais anfitrião do CDM até, no máximo, 31 de dezembro de 2025.
Além disso, os participantes do projeto e as Entidades Coordenadoras e Gestoras (CMEs) que desejam fazer a transição do CDM para o Mecanismo de Crédito do Acordo de Paris devem apresentar a documentação adicional necessária (ou um adendo aos documentos de design registrados), juntamente com uma avaliação de desenvolvimento sustentável. Essa documentação adicional deve ser submetida no prazo de 180 dias após a aprovação do país anfitrião.
Mais informações diretamente com a6.4mechanism-info@unfccc.int
CIENCIA E TECNOLOGIA
União Europeia investe no CAR 2.0 no Tocantins, Brasil.
A União Europeia investiu 155 mil euros no estado brasileiro do Tocantins, por meio do programa AL-INVEST Verde, para implementar o CAR 2.0, uma ferramenta avançada de análise automatizada de imóveis rurais. Esse sistema utiliza inteligência geoespacial para verificar a conformidade ambiental das propriedades com o Código Florestal, contribuindo para maior eficiência e transparência na governança ambiental. Além disso, o CAR 2.0 apoia a plataforma Selo Verde, alinhando o estado aos padrões internacionais de sustentabilidade e fortalecendo a rastreabilidade das cadeias produtivas. Leia mais em artigo do Portal Geocracia.
EVENTOS
📍🖥️ 30 de abril. Scope 3 Action Code of Practice , lançamento pela Voluntary Carbon Markets Integrity Initiative (VCMI) e pela International Chamber of Commerce (ICC). Evento abordará estratégias para empresas reduzirem emissões de Escopo 3, dentre outros, utilizando créditos de carbono de alta qualidade. Não perca.
📍🇧🇷 28 de maio. APIMEC Seminário "A Transição Energética e os Combustíveis Fósseis”. Auditório BNDES, Rio de Janeiro, Brasil. Detalhes aqui.
📍🇧🇷 11 e 12 de junho. Hydrogen Conference 2025. Rio de Janeiro, Brasil. Clique aqui para a programação.
OPORTUNIDADES E ANUNCIOS
📢 IFRS Foundation e Taskforce on Nature-related Financial Disclosures (TNFD) anunciam acordo.
Com o objetivo de apoiar as divulgações financeiras relacionadas à natureza para uso nos mercados de capitais, as duas entidades assinaram um Memorando de Entendimento, indicando o compromisso de ambas as partes em ampliar as recomendações da TNFD nos trabalhos em andamento do International Sustainability Standards Board (ISSB). Mais detalhes aqui.
📢 Verra anuncia atualizações nos mapas de risco de desmatamento para sua nova metodologia REDD.
As mudanças impactam as metodologias VM0048 e VMD0055, com prazos revisados e melhorando a transparência dos dados. Além disso, desenvolverá mais mapas de risco em outras jurisdições. Clique aqui para ler mais a respeito. E aqui para os países e regiões em foco.
✏️🇧🇷 CVM lança pesquisa de mercado sobre os reportes de sustentabilidade.
A CVM lançou uma pesquisa ampla sobre os reportes de sustentabilidade tratados na Resolução CVM 193, buscando engajar companhias abertas, investidores e auditores. A iniciativa visa facilitar a transição para a obrigatoriedade dos padrões IFRS S1 e S2 a partir de 2026. Data final: 22/abril/2025. Detalhes aqui.
✏️🇧🇷 Audiência pública Banco Central do Brasil.
Trata-se da Consulta Pública nº 119, alinhada à Lei nº 15.042/2024, para estabelecer critérios contábeis sobre ativos e passivos de sustentabilidade, incluindo créditos de carbono, CBIOs e permissões de emissão, reforçando a transparência no Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE). Data final: 31/maio/2025. Detalhes aqui.
🎓🖥️ Net Zero 101: What, Why and How.
E-learning Course pela United Nations University. Curso gratuito e self-paced explica forma acessível a ciência das mudanças climáticas e do net zero, destacando passos práticos e ação climática. Interesse? Clique aqui.
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