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10 fatores que estudos geológicos indicam ter relação com mudanças climáticas passadas na Terra (continuação).

Terça-feira, 03 de setembro de 2024.


Hoje concluímos matéria iniciada ontem, quando tratamos do chamado “termostato de intemperismo”, colocado pelo geólogo Howard Lee.


Basicamente são reações químicas ao longo de milhões de anos, através das quais minerais de silicato removem o CO2 atmosférico e o capturam na forma de rocha calcária, sendo boa parte do CO2 atmosférico gerado a partir do intemperismo das rochas metamórficas e a oxidação do carbono em sedimentos erodidos. Oceanos também podem ajudar essa absorção, se não houver sobrecarga. Caso contrário, acidificam-se.


O equilíbrio entre esses processos funcionaria como um termostato, já que quando o clima esquenta, as reações químicas se tornam mais eficientes na remoção do CO2, freando o aquecimento e enquanto o clima esfria, as reações tornam-se menos eficientes, facilitando o resfriamento.


Ou seja, um clima terrestre relativamente estável, proporcionando um ambiente habitável.


Mas como atualmente a queima de combustíveis fósseis emite cerca de 100 vezes mais CO2 do que os vulcões, velocidade muito rápida para que os oceanos e as intempéries possam neutralizá-lo conforme descrito acima, a concentração de CO2 atmosférico está aumentando, nosso clima está aquecendo e nossos oceanos acidificando-se.


Esse é um dos 10 fatores que os paleoclimatologistas indicam ter relação com mudanças climáticas no passado.


Veja abaixo a lista completa:


  1. Ciclos solares, quando a atividade solar desacelera entre 30 a 160 anos. Magnitude: 0,1 a 0,3°C de resfriamento.

  2. Enxofre vulcânico, oscilações de 1 a 20 anos. Magnitude: Aproximadamente 0,6 a 2°C de resfriamento.

  3. Flutuações climáticas de curto prazo, de 2 a 7 anos. Magnitude: Até 0,15°C.

  4. Oscilações orbitais, em ciclos regulares e sobrepostos de 23.000, 41.000, 100.000, 405.000 e 2.400.000 anos. Magnitude: varia ao longo do tempo geológico e foi de aproximadamente 6°C no último ciclo de 100.000 anos.

  5. Sol jovem (e fraco), praticamente constante. Magnitude: Crescente brilho solar ao longo do tempo, apesar do efeito ser neutralizado pelo próximo item.

  6. CO2, o termostato natural da Terra com ciclos geológicos de 100.000 anos ou mais. Magnitude: Neutraliza outras mudanças.

  7. Placas tectônicas movimentando-se muito lentamente. Magnitude: Aproximadamente 30°C nos últimos 500 milhões de anos.

  8. Impactos de asteróides, causando séculos de resfriamento e 100.000 anos de aquecimento (Chicxulub, que vaporizou parte do México há 66 milhões de anos, matando os dinossauros). Magnitude: Aproximadamente 20°C de resfriamento seguido de 5°C de aquecimento.

  9. Mudanças evolutivas ao longo de milhões de anos. Magnitude: Variável, foi de cerca de 5°C esfriando há 445 milhões de anos atrás.

  10. Grandes províncias ígneas, vulcanismo por centenas de milhares de anos. Magnitude: Cerca de 3 a 9°C de aquecimento.


Todas essas situações foram citadas e detalhadas no artigo “How Earth’s Climate Changes Naturally (and Why Things Are Different Now)” de Howard Lee para a Quantamagazine, que você pode ler clicando na imagem abaixo.


Concluímos com outra citação indicada em nosso portal, da cientista química Madame Marie Curie:


Nada na vida deve ser temido, apenas compreendido. Agora é a hora de entender mais, para que possamos temer menos.




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“Nothing in life is to be feared, it is only to be understood. Now is the time to understand more, so that we may fear less.”

“I am among those who think that science has great beauty”

Madame Marie Curie (1867 - 1934) Chemist & physicist. French, born Polish.

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